“ Rasgando o Verbo “

É, mais uma vez o povo brasileiro fez de conta que ficou indignado com o resultado das eleições. Mais de 50 % dos candidatos fichas sujas foram reeleitos no pleito do dia cinco de Outubro, e portanto, mais uma vez os malandros se esconderam a trás de uma sigla para continuar roubando os cofres públicos e, conseqüentemente nós, a grande massa.

Agora o povo, conivente, promíscuo e covarde, fica fazendo de conta.
Se no passado, o grande Rui Barbosa disse, ao perder uma eleição para vereador, que cada povo tem o governo que merece, nos tempos modernos um estadista fez a seguinte afirmação: a conduta de todo político no poder é reflexo do comportamento do povo.
Tanto no passado quanto no presente, somos obrigados a concordar com as afirmações.Infelizmente nós vivemos numa sociedade que está mergulhada no lamaçal da hipocrisia, onde o mais importante é o ter.

Se o (a) cidadão tem dinheiro, tem um carro novo, mora bem e tem uma conta bancária bem recheada, o “ser” não tem a menor importância. Se a mulher teve que abrir as pernas nos motéis da vida para ganhar dinheiro e ostentar riqueza para alimentar a sua vaidade e má formação de caráter, e como sempre para a sociedade podre o fim justifica o meio. A propósito, Juca Chaves disse, no seu quadro de humor, que o chifre é muito parecido com o dente, pois os dois só doem quando nascem. Se o cara teve que renunciar a cueca depois da meia-noite e aderir a outra peça íntima se ele tem dinheiro e fama há, tá tudo bem, é o seo fulano de tal, o bem sucedido na vida e por tanto para a maioria um exemplo a ser seguido.
Muito políticos e empresários pelo Brasil afora vão à Igreja fielmente todos os finais de semana e, mensalmente, entre outras coisas, vão para reuniões com grupos de jovens para participarem de strip-tease onde segundo eles, vale tudo e, no dia seguinte, preenchem cheques com altas cifras e fazem doações para igrejas e instituições de caridade tentando comprar a misericórdia de Deus, como se Deus estivesse a venda e precisasse de dinheiro.

Quem participou das ultimas eleições na qualidade de candidato e agiu de acordo com a sua consciência, mesmo se achando agora derrotado não deve desistir, pois um dia os nossos sonhos de um mundo justo e fraterno se tornarão realidade; o mesmo se aplica ao eleitor.
Alguém disse recentemente, e eu concordo: só existem dois tipos de pessoas, a do bem e a do mal.
As pessoas do bem votam em políticos do bem as pessoas do mal, votam em políticos do mal que infelizmente é a grande maioria.
É claro que tem candidatos que colocam uma mascara e conseguem enganar o eleitor que muitas vazes usa do mesmo artifício e ainda fala orgulhoso de tal comportamento que “ chumbo trocado não dói “.
Diante da atual conjuntura política brasileira, quem acredita que a vida não termina aqui pode ter certeza de uma coisa , tem muita gente vivendo o seu “paraíso” particular aqui e quando passar para o outro lado vai pagar um preço muito alto.
Autor: Tony D. Silva