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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Pedras no caminho de Orlando Pessuti para 2010


A caminhada do vice-governador Orlando Pessuti para ser o candidato do PMDB ao governo em 2010 não será das mais tranqüilas. Bastou o vice-governador anunciar que está à disposição do partido para que as dificuldades começassem a aparecer.
A maioria da bancada estadual acha que Pessuti é a primeira alternativa para concorrer ao governo, mas nem todos estão dispostos a avalizar seu nome de antemão. Há também quem defenda que, sozinho, Pessuti não irá longe e que terá de costurar alianças. O deputado estadual Mauro Moraes (PMDB) foi o primeiro a expressar publicamente o que outros peemedebistas já conversam nos bastidores. “Não adianta ser o mais bacana, o mais simpático. Tem que ter aliança. Tem que ter apoio”, disse Moraes.
O PMDB não pode correr o risco de repetir o desempenho que teve nas eleições em Curitiba, onde o professor Carlos Augusto Moreira Junior obteve 1,9 % dos votos, disse o deputado.
Ele, que apoiou o prefeito reeleito Beto Richa (PSDB), acha que Pessuti tem que construir uma candidatura que tenha potencial de vitória. E que não pode ser imposta. “Se houver imposição, será um fiasco”, disse Moraes, que acusa Requião de ter desprezado a opinião do partido para garantir a indicação de Moreira.

AproximaçãoAinda que timidamente, há no PMDB uma corrente que defende até mesmo uma aproximação do partido com o prefeito reeleito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Moraes manifesta essa posição.
“O diálogo está aberto entre o prefeito e o governador. O prefeito já disse isso e deixou claro que não fechou as portas para uma composição”, afirmou Moraes. Ele citou ainda que, se à primeira vista, o entendimento parece impossível, é bom não esquecer que Beto não criticou Requião durante a campanha eleitoral. E vice-versa.
Para os que vislumbram possibilidades de um acordo com os tucanos, a sucessão não passaria por Pessuti. O nome a ser trabalhado para uma composição com Beto seria o do deputado estadual Alexandre Curi. Por sua vez, Alexandre desconversa. “A eleição será somente daqui a dois anos”, disse. Entretanto, acrescenta: “Como dizia o Aníbal Curi (avô do deputado), em política tudo é possível que aconteça”. Sobre Pessuti, Alexandre concorda com a avaliação de Moraes. “Se o Pessuti tiver condições de ser o candidato, ele será. O Pessuti é um homem inteligente e nem ele aceitaria ser candidato se não houver as condições de disputa”, ponderou Alexandre.O mesmo grupo que admite a possibilidade de um acordo entre o PMDB e o PSDB não vê novidade na proposta. A justificativa é que, em 2006, o então deputado tucano Hermas Brandão somente não disputou a eleição como candidato a vice-governador na chapa de Requião porque o diretório nacional vetou.

Uma sugestão que enfurece Nereu Moura
À simples menção de que o PMDB poderia abrir mão de um candidato próprio ao governo para favorecer uma aliança com outro partido, seja qual for, é suficiente para enfurecer o deputado estadual Nereu Moura.
“Um partido como o nosso, com a nossa estrutura, a nossa militância e o número de prefeitos que temos, tem que ter candidato ao governo. Ir a reboque jamais. Partido que não disputa, acaba”, disse.Para Moura, o fato de o governador Roberto Requião não ser o candidato ao governo em 2010 não pode levar o partido a achar que precisa se escorar em outra sigla.
“Quando o Richa saiu do PMDB, disseram que o partido ia acabar. Assim também foi quando o Alvaro saiu. Pois o PMDB não acabou. E o Pessuti é a maior liderança que temos. Não tem espaço para o PMDB na base do Beto Richa”, disse Moura, sobre a tese de alguns deputados de buscar uma composição com o PSDB.A candidatura de Pessuti ao governo não pode estar atrelada ao projeto eleitoral de Requião, disse. “Não podemos traçar nosso projeto política em cima de uma pessoa. Se o Requião vai ser candidato ao Senado ou não, é outra história”, afirmou. Para Moura, uma das duas vagas ao Senado em 2010 será do governador se ele quiser. “A vaga é do Requião. Basta ele querer”, comentou o deputado peemedebista, contrapondo-se à tese de que, para Requião, seria melhor fazer uma boa aliança e garantir sua eleição ao Senado do que trabalhar por uma candidatura própria do PMDB ao governo.
Fonte: O Estado do Paraná

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