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sábado, 25 de outubro de 2008

Exposição revela o poder de cura da arte


O Museu Oscar Niemeyer abre hoje a exposição Nise da Silveira- Caminhos de uma psiquiatria rebelde, por conta do centenário de nascimento de Nise da Silveira (1905-1999).Luiz Carlos Mello é o curador da exposição. Ele conta que Nise da Silveira é responsável por um movimento de renovação da psiquiatria. Na década de 40 ela se revoltou contra os métodos violentos aplicados aos doentes mentais.
Contra as formas de tratamento da época, ela abriu em 1946 o serviço de Terapia Ocupacional com sapataria, música e corte de cabelo. Quando entraram as atividades expressivas, as vivências emocionais dos pacientes foram canalizadas em forma de pintura e escultura.
As obras foram reconhecidas pelo crítico Mário Pedroso como arte virgem. Os artistas desenvolveram a técnica dentro da atividade de Terapia Ocupacional. Na exposição há painéis fotográficos com temas explicativos com a trajetória científica de Nise. Nise visava tratá-los com humanidade. Há 300 obras baseadas em estudos científicos numa exposição ampla com texto coloquial para facilitar o acesso ao público. Nise queria criar um serviço ocupacional para os internos que viviam esquecidos e jogados. Na atividade artística mostraram um poder expressivo muito forte.
Através da arte, os pacientes canalizam as forças do inconsciente. No tema das formas circulares, pessoas pintavam mandalas e se recuperavam de problemas emocionais e mentais.
Ao estudar o assunto, Nise descobriu que há forças no cérebro que procuram a unidade. Mandala é uma palavra originária do sânscrito, antiga língua da Índia, que significa literalmente círculo.
Outro tema revela que assim como o corpo, a psique- a alma humana tem uma história. Trabalhos de pessoas sem bagagem cultural dialogam com grandes obras da humanidade.
Havia um preconceito de que uma pessoa tida como “louca” podia ser um artista. Nise buscava mostrar a humanidade do doente mental, opondo o potencial criativo deles aos métodos violentos como lobotomia e eletro choque.Luiz Carlos Mello fala do privilégio de trabalhar com uma pessoa tão importante como a doutora Nise, dos anos de convivência que renderam uma amizade e cujos detalhes ele promete relatar em uma biografia da rica figura humana de Nise da Silveira.ServiçoExposição Nise da Silveira-Caminhos de uma psiquiatria rebelde, aberta no Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999 - Centro Cívico). De terça a domingo, das 10h às 18h. Entrada a R$ 4,00 (inteira).

Fonte: O Estado do Paraná

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