Morador de rua é espancado debaixo de ponte em Porto Alegre (RS)

Um homem de aproximadamente 30 anos foi espancado dentro do arroio Dilúvio, sob a ponte da avenida Azenha, em Porto Alegre (RS), na tarde de ontem. A vítima foi agredida por cerca de seis moradores de rua, munidos de paus e pedras. O fotógrafo Tiago Trindade, 26, registrou imagens de toda a agressão. Ele voltava para casa, quando a quantidade de pessoas olhando para dentro do arroio lhe chamou a atenção. "A intenção deles era matá-lo. Quando ele voltou para a margem, já ferido pelas várias pedradas, começou a ser espancado com um pedaço de madeira que foi quebrado em sua cabeça. Depois, outro começou a pisar forte sobre o rosto. Somente parou porque achou que estava morto", disse Trindade, ao jornal 'Zero Hora'. Um policial militar, Jackson Jocelino Pioner, 42, foi o primeiro a socorrer a vítima, não identificada até a noite de ontem. "Os que espancaram diziam para todo mundo se afastar, que a vítima merecia morrer. Mas eu cheguei, disse que era policial, e todos sumiram do local. Por pior que ele fosse, era uma vida. Me impressionou o fato de ninguém querer ajudar", disse. O motivo da agressão não foi esclarecido e os agressores não foram punidos.O fato chamou a atenção para a vulnerabilidade da população de moradores de rua. O diretor da Fundação de Assistência e Cidadania (Fasc) reconhece a gravidade do problema e aponta o crack como uma das principais causas da permanência dessas pessoas na rua. "A droga não leva as pessoas para baixo da ponte, mas mantém elas lá. Não temos o poder de obrigar ninguém a sair da rua". "É rotina pararmos e identificarmos as pessoas sob essa ponte. Mas há uma parcela que não pode ser presa, já que não é crime ficar na rua. Esse é o nosso limite para agir", afirma o coronel Jones Calixtrato Barreto dos Santos, do Comando de Policiamento da Capital.
Fontes: Agências