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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Estudante morre atropelado após prestar socorro


Após mais uma noite de aulas no curso de sistemas de informação que fazia há dois anos no campus Butantã (zona oeste de SP) da Universidade São Judas Tadeu, Fábio Carvalho da Silva, 24, voltava para casa, em Osasco (Grande SP) dirigindo o seu Celta preto pela marginal Pinheiros na companhia da namorada e uma colega de faculdade, uma vizinha para quem dava carona. Pouco depois das 23h, ao se aproximar da altura do número 2.000, perto da ponte do Jaguaré do sentido Castello Branco, avistou um motorista de um Ford Ka preto acenando em pedido de ajuda.Fábio então parou o veículo na pista expressa, foi até o carro e auxiliou o jovem. Aparentemente o problema era no radiador. Minutos depois e com o carro funcionando, o jovem agradeceu Fábio. Os dois estavam perto dos carros quando, por volta das 23h50, o motorista de um caminhão Ford Cargo 4030 não conseguiu desviar dos dois e atingiu primeiro Fábio, que teve o pescoço quebrado, além de outros ferimentos pelo corpo morreu no local. O motorista do Ford Ka caiu na pista, se levantou e ao ver o que havia acontecido, foi até o seu carro e foi embora.O caminhão, após bater nos dois, atingiu uma árvore e a defensa que separa da pista expressa da local da marginal Pinheiros. O motorista, João Inácio da Lima Filho, 31, foi socorrido e encaminhado ao pronto-socorro da Lapa (zona oeste de SP).A namorada de Fábio e a amiga anotaram a placa do veículo. Mais tarde, a polícia descobriu que a anotação estava errada. Ou o carro estava em situação irregular, com dados de outro veículo.Na manhã desta quinta-feira, no IML (Instituto Médico Legal) para cuidar da liberação do corpo do filho, o pedreiro Pedro, misturava dor e revolta ante às lentes das câmeras de TV e gravadores dos repórteres."Se eu pudesse dar a vida por ele [Fábio] já estava lá [apontando para o necrotério]. O que me conforta é saber que ele está com Deus agora", diz numa declaração mais espontânea. Segundo depois, ao ser questionado sobre o que sentia a respeito da atitude do motorista do Ford Ka, chegou a citar "covardia" "Que Deus esteja no coração dele [motorista incógnito do Ka] para ele ter consciência do que fez. Ele poderia ao menos vir até aqui e me dar um abraço de conforto, que é o que estou precisando", afirma.PrestativoO ato de auxiliar pessoas era uma constante na vida de Fábio, segundo amigos. Evangélico e trabalhador desde os 14 anos, segundo o pai, era aficionado por informática e com o suor do próprio rosto financiou o Celta preto.Morava com a mãe em Osasco. Aos domingos, em vez de assistir aos cultos da Igreja Bíblica Memorial, no centro de Osasco, entretinha crianças com passagens bíblicas em uma classe ao lado do templo. Prestativo, alegre e um amante da vida, nas palavras da amiga, a dentista Cintia Pastor Veiga, 32, fazia planos de se casar e ter filhos logo após concluir o curso na faculdade.Altruísta, auxiliava o amigo Alex Pereira da Silva, 30, na ONG Assim Ama. Sua função predileta era auxiliar no que podia no "Natal da Cidadania", evento criado pela ONG. Antes das lidas do final do ano, ele cuidava da manutenção do site.Alex, coordenador pedagógico da rede de ensino, foi professor de Fábio na escola Josué Benedito Mendes, em Osasco. "Ele adorava crianças e era preocupado com questões de meio ambiente", afirma o amigo.O corpo de Fábio será enterrado no cemitério municipal de Barueri (Grande São Paulo).

Fontes: Agências

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