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sábado, 9 de abril de 2011

Especialistas sugerem hipóteses para massacre



Na mochila de Wellington foi encontrada uma carta (abaixo) em que pede para ser enterrado ao lado da mãe adotiva, Dicéa Menezes de Oliveira. Pede também para que seu túmulo seja visitado por um “seguidor de Deus”. Para o médico psiquiatra paranaense Rui Fernando Cruz Sampaio, especialista em psiquiatria forense, psicólogo clínico e hipnoterapeuta há 30 anos, Wellington apresentou típico comportamento psicopata (ou sociopata como a medicina atual prefere chamar, por se tratar de autor de crime contra a sociedade). Em análise baseada no campo das hipóteses, a pedido do Paraná Online, Sampaio avaliou a carta e encontrou indícios de componentes de delírios muito fortes. De acordo com o psiquiatra, é necessário saber da vida de Wellington para se chegar a uma avaliação mais profunda. No entanto, ele ter sido adotado, indicando que passou por uma rejeição quando criança, pode ter resultado em desapego ao ser humano.
Solidão O próprio recolhimento do agressor, que não tinha amigos e não saía de casa, preferindo ficar na frente de um computador, já indicava um quadro psicótico. “Atirar contra várias crianças mostra um comportamento de agressividade muito grande, falta de controle e quebra de limite social”, diz o médico. Ele considera que o rapaz poderia ter tido controle de sua psicose até recentemente, porém algo acionou o gatilho que o fez executar aquilo que antes fazia parte de seus delírios. “Alguma coisa pode ter desencadeado o surto”, salientou. Como na carta do suicida ele se diz “virgem” e que seu corpo não pode ser tocado por “impuros”, o psiquiatra também vê aí uma conotação sexual muito forte, podendo o rapaz ter sofrido algum abuso sexual na infância.
A carta não deixa dúvida de que ele planejou o atentado e isso também sustenta a hipótese de Wellington sofrer transtornos mentais, uma vez que psicopatas são, manipuladores, frios, planejam com precisão seus atos e fazem tudo conscientemente.
Psicose
“Muito provável que este rapaz tenha sido rejeitado por uma garota, quando tinha de 12 a 14 anos, quando estudava na mesma escola”, avaliou a psicóloga curitibana, especialista em comportamento humano, Tereza Cristina Karan. Ao analisar a carta deixada pelo assassino suicida, ela ressaltou que ele temia pelo que estava fazendo, tanto que pediu que um “fiel seguidor de Deus” orasse por ele diante de sua sepultura e pedisse perdão pelo que fez, mas ao mesmo tempo tinha ódio das pessoas e especialmente das meninas, que foram escolhidas para serem seus alvos. “Nas meninas ele atirava pra matar”, afirmou um garoto que sobreviveu ao atentado. De acordo com a especialista, é possível supor que o rapaz sofria de psicose paranoide e tinha alucinações que ampliavam seus dilemas pessoais.

Fontes: Agências

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