Primeiro tijolo em cerâmica que absorve som é de Maringá

O primeiro tijolo em cerâmica do Brasil, com capacidade de absorção sonora tem o selo de Maringá e assinatura de uma professora do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Aline Lisot, mestre em Engenharia Urbana.Fruto de um trabalho de mestrado, o ressoador de Helmholtz se saiu tão bem nos testes feitos na Câmara Reverberante da Universidade de Campinas (Unicamp) que está sendo patenteado, entrará em fase de produção pelo Laboratório de Materiais de Construção da UEM e tem tudo para ganhar o mercado.Aline Lizot diz que há muitos materiais à disposição, do tipo fibrosos e porosos, que absorvem ondas de alta freqüência - sons mais agudos, como o tilintar dos sinos - mais fáceis de serem atenuados, mas são poucos os materiais ressoadores no mercado com capacidade de absorção sonora de ondas de baixa freqüência - sons mais graves, como o ruído de tráfego. E o tijolo em cerâmica recém-criado por pesquisadores em Maringá faz parte desse seleto grupo.Há tijolos feitos em blocos de concreto para reduzir a reverberação (variação do eco) de sons, mas a criação maringaense, produzida em cerâmica, leva considerável vantagem no preço. "A cerâmica é uma opção mais barata do que o concreto", afirma.Além disso, outra vantagem é a possibilidade de se trabalhar com material de absorção sonora na alvenaria, como na construção de uma casa. Embora tenha sido construído, com vistas a atenuar ruídos de tráfego, a professora conta que os resultados dos testes de reverberação indicam que o ressoador de Helmholtz é muito bem-vindo em construções como teatro, escolas e estúdios. Estima-se que o produto tem uma performance entre 40% a 60% de redução da reflexão do som, dependendo do tipo de ruído.

Fonte: O Diário do Norte do Paraná