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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Cianorte era base da quadrilha que abastecia traficantes cariocas com armas




Policiais rodoviários federais do Núcleo de Operações Especiais "derrubaram" no domingo (07), na BR-163, na Ponte Ayrton Senna, que liga Guaíra (Paraná) a Mundo Novo (Mato Grosso do Sul ) - município que fica na fronteira seca com Salto Del Guairá (Paraguai) -, um "esquema" de tráfico internacional de armas e munições. O arsenal "abasteceria" grupos, possivelmente facções criminosas, do Rio de Janeiro. Os policiais, que estavam lotados no posto da PRF de Guaíra, prenderam duas pessoas e fizeram uma das maiores apreensões de armas na região. O armamento era transportado em um veículo Celta de Curitiba. Foram encontrados no Celta 14 pistolas 9mm Lugger (fabricação argentina), uma submetralhadora 9mm Lugger e uma carabina calibre 556, usada geralmente em assaltos, da marca Ruger (americana). "Tanto a submetralhadora como a carabina são adquiridas por cerca de R$15 mil cada no mercado informal e a pistola por aproximadamente R$1,5 mil", revela um dos policiais que participou da operação. Além das aramas, foram encontrados no Celta 28 carregadores para as pistolas, um para metralhadora e mais dois para carabina e, ainda, outras três caixas de munição. Esquema Ocupavam o carro e foram presos Ernandes Brasil e Silva, 56 anos, de Cianorte, que foi proprietário do Cantinho da Costela e trabalhava com venda de veículos, com passagem por estelionato e procurado pela Justiça de Minas Gerais, e o carioca Aguinaldo Pereira, 68 anos, que tem diversas passagens por porte e tráfico de armas e portava carteira de habilitação falsa. O carioca, segundo o que apurou a polícia, esteve hospedado em Cianorte. Os policiais acreditam que o paranaense orientava o carioca na região, sendo Cianorte a base da suposta quadrilha. O veículo teria sido deixado às 09h30 em Salto Del Guairá e pego pelos suspeitos por volta das 11h30 carregado com as armas e munições. Eles foram presos logo após saírem do Paraguai. A dupla disse que receberia r$3 mil pelo transporte, mas não revelou o fornecedor nem o comprador das armas e munições. Os policiais acreditam que o carregamento do Celta era apenas uma parte do armamento a ser levado para o Rio. Eles consideram a possibilidade de que os traficantes estivessem atravessando "pequenas" quantidades de armas, que seriam colocadas e um único veículo que iria para o Rio. Foi apurado que o Celta apreendido atravessava praticamente todo mês para o Paraguai. Carro O carro é financiado, possivelmente em nome de "laranja". De acordo com a polícia, é comum carros serem financiados em nome de "laranjas" para transporte de ilícitos e seus proprietários não pagarem as parcelas. "Até que sai a Busca e Apreensão o veículo já rodou até dois anos", revela um agente à Reportagem. Faro O "faro" policial acabou derrubando a dupla. Os policiais abordaram o carro e perceberam que havia um cobertor novo adquirido no Paraguai em seu interior. Questionada sobre a compra a dupla entrou em contradição. Disse que saíram de Cianorte para fazer compras no Paraguai, mas como estavam com pouco dinheiro compraram apenas o cobertor. "Só de combustível eles teriam gasto quatro vezes mais que o valor do cobertor", diz um policial. A história dos suspeitos não colocou. Os policiais iniciaram busca no veículo e encontram as armas e munições no interior dos forros laterais traseiro do veículo. Os detidos foram encaminhados com o arsenal e veículo para a Delegacia de Polícia Federal de Guaíra.


Fontes: Agências