quinta-feira, 14 de abril de 2011
Militares da reserva querem tirar do ar novela do SBT sobre ditadura
Um abaixo-assinado criado por militares da reserva da Aeronáutica, disponível no site militares.com.br , pede a retirada do ar de "Amor e revolução", novela escrita por Tiago Santiago e exibida no SBT. O autor da mobilização, José Luiz Dalla Vecchia, alega que o folhetim pode colocar a população contra as Forças Armadas. A trama gira em torno da ditadura militar (1964-1985) no país e retrata a perseguição política contra os militantes de esquerda da época. Até o início da manhã desta quinta-feira, a ação tinha sido assinada por aproximadamente 400 pessoas. No texto de abertura do abaixo-assinado, os reservistas insinuam que a novela parece ser um acordo firmado entre o proprietário da emissora, Silvio Santos, e o governo federal por meio da Comissão de Verdade para quitar as dívidas do Banco Panamericano que pertencia ao apresentador e foi recentemente negociado por R$ 450 milhões. Dalla Vecchia, que é o 1º secretário da Associação Beneficente dos Militares Inativos Graduados da Aeronáutica (ABMIGAer), alega que as Forças Armadas não devem permitir, dentro da legalidade, que a novela seja exibida. Ele ressalta que os militares já se manifestaram negativamente sobre a trama. " Todos os que participaram dessa época já estão mortos. Nós, os militares atuais, não temos nada a ver com isso. Não é justo que esse assunto venha à tona e prejudique os que estão na ativa " - Qual a finalidade da novela? Será que veio para reviver essa questão? - questiona. - Todos os que participaram dessa época já estão mortos. Nós, os militares atuais, não temos nada a ver com isso. Não é justo que esse assunto venha à tona e prejudique os que estão na ativa - disse ao site do GLOBO. Procurado, o SBT não quis falar sobre o documento assinado pelos oficiais. O abaixo-assinado já causou polêmica na web e, em contrapartida, foi criado uma outra ação, no site Petição Pública , que defende a transmissão da novela. A presidente do grupo "Tortura nunca mais" , Cecília Coimbra, acredita que "Amor e revolução" conta com depoimentos verídicos sobre a época e que o abaixo-assinado é um absurdo. - Seria cômico se a história não fosse trágica. As pessoas se esqueceram que estamos em 2011 e que a censura ficou para trás - conclui.
Fontes: Agências
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