sábado, 9 de abril de 2011
Conflito sem fim entre policiais e estudantes em Maringá
Era previsível e aconteceu. A Polícia Militar voltou a entrar, na madrugada de ontem, em conflito com estudantes que se reuniam na Rua Paranaguá (Zona 7), em Maringá, em frente ao bar Kanarinhus. Atendendo a reclamações de moradores do bairro sobre barulho, os policiais promoveram uma operação de retirada de todos os que estavam na via de trânsito quanto nas calçadas. Por volta da 0h45, a PM chegou com uma equipe de no mínimo cinco viaturas e seis motocicletas. Os policiais se posicionaram em linha, no começo da rua, e foram subindo em direção à Avenida Colombo, segurando cassetetes. Os PMs ordenavam a todos os que encontravam no caminho para irem para casa. Alguns estudantes resistiam e eram forçados a circularem com empurrões e xingamentos. Ao fim da operação, a tenente Wanderléa de Faria, comandante da ação, lamentava a falta de medidas efetivas. "Isso nunca acaba. A gente resolve hoje e eles (estudantes) voltam amanhã." Para que não seja necessária nova ação de força, a tenente sugere que haja uma mobilização conjunta de prefeitura, comerciantes da região e moradores. Segundo a tenente, uma ação preventiva no começo da noite seria inócua. "Mesmo se passar viatura de cinco em 5 minutos não vai resolver."Ação legalO comandante da 1ª Companhia da PM de Maringá, capitão Rogelho Fernandes, nega que a ordem de retirada de todos os circulantes da Rua Paranaguá possa ser considerado um toque de recolher. Fernandes afirma que a ação da PM foi legal e legitimada pelo apoio de moradores da região, que constantemente reclamam do barulho dos estudante nas noites de quinta-feira. Segundo o capitão, a PM precisa impor sua presença em situação de tumulto, desfazendo aglomerações para reestabelecer a ordem. "Enquanto houver clamor da população, as ações vão continuar."
Medida paliativa
O presidente da Associação de Moradores do Jardim Universitário, Fernando Alves, afirma que, apesar do barulho e sujeira causados no bairro pelos estudantes, não vê como ação ideal a polícia entrar em confronto. "Funciona como paliativo enquanto comerciantes, prefeitura e moradores buscam uma solução."
Uma noite na zona
22h30 - Estudantes começam a lotar a calçada da Rua Paranaguá
23h - As vias são tomadas. Trânsito passa a ficar lento
23h15 - Som de carros em altíssimo volume. "Há exagero, mas a PM deveria estar aqui desde o começo", diz o estudante Artur Roque.
23h30 - O aposentado Didival Polo, vizinho do Bar Kanarinhus, reclama do barulho. Sua neta Bianca, 10, lembra da semana anterior com empolgação. "A polícia chegou batendo em todo mundo."
0h - Enquanto explode nos alto-falantes de seu carro a canção "Hoje Vou Trair Minha Namorada", um estudante admite que "nós abusa (sic), mas isso chama a mulherada."
0h15 - Auge da festa. Trânsito completamente travado.
0h45 - Movimento começava a minguar. PM chega e dispersa todo mundo. "É o poder
do pedaço de pau", diz um PM.
Fontes: Ag~encias
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