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quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pai viaja aos EUA para buscar corpo do filho, morto pela polícia americana


Três anos depois de ter visto o filho com vida pela última vez, o policial militar da reserva, Luiz Carlos de Castro Martins, 47, volta aos Estados Unidos, no fim desta semana, para buscar o corpo e enterrá-lo no Brasil.
Pelo menos esta é a intenção do pai de André Luiz, 25, morto com um tiro disparado por um policial norte-americano por não parar em uma blitz na madrugada de domingo, no distrito de West Yarmouth, Estado de Massachussets.
“Ele me conduziu de Hyannis até o aeroporto em Boston”, lembra Martins.
As passagens de ida e volta dos Estados Unidos foram pagas pelo deputado federal Osmar Serraglio (PMDB). Pela falta de recursos, o embarque de Anderson, único irmão de André, não está confirmado, nem o da mãe do jovem, que reside em Santa Catarina.
Familiares e amigos de André gostariam que ele fosse enterrado em Tapejara, cidade na qual viveu até os 18 anos e onde seus avós paternos, de 72 e 70 anos ainda moram. A decisão, no entanto, não depende apenas da vontade dos brasileiros.
“A Camila, namorada do André, quer que ele seja enterrado nos Estados Unidos por causa dos filhos deles. Ela está muito abalada”, comenta o pai do jovem.
Se o sepultamento ocorrer no Brasil, a família deverá desembolsar cerca de US$ 14 mil, equivalente a R$ 25 mil.
Martins dormiu apenas três horas de segunda para terça-feira. Na manhã desta terça-feira, ele esteve na Delegacia da Polícia Federal, em Maringá, para renovar o passaporte que o permitirá viajar.
O visto para entrar nos Estados Unidos tem validade até 2010. A primeira refeição do dia - uma maçã e um copo com vitamina - foi feita perto das 14h30.
“A situação é muito difícil.”
O procurador-geral de Massachussets entrou em contato com Martins, por meio de uma policial brasileira lotada no comando de Hyannis, chamada Adriana, para oferecer-lhe condolências pela morte de André e informar que está conduzindo uma investigação paralela à da polícia local.
Mário Saad, cônsul brasileiro em Boston, também se colocou à disposição da família.
O policial Christopher Van Ness, 34, que deu o tiro fatal em André Luiz, foi afastado do serviço de rua enquanto o caso estiver sendo investigado. A polícia divulgou que o brasileiro estaria com um cigarro de maconha na hora em que foi morto.
Camila Campos, em coletiva concedida nesta terça-feira em Hyannis e disponibilizada na página eletrônica do jornal
capecodonline.com, afirma que o namorado não é um criminoso e que não fez nada para merecer a morte.
“Agora fiquei sozinha para criar meus filhos. Um deles é especial”, disse ela.
Segundo a mãe, Letícia e Daniel ainda não sabem que o pai morreu.
“Atirar em alguém por ser imigrante não é razão”, opinou ela na coletiva.
Fontes: Agências

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