Exibido nesta manhã na seleção competitiva do 61º Festival de Cannes, "Linha de passe", de Walter Salles e Daniela Thomas, arrancou aplausos e lágrimas em sua sessão para a crítica internacional, que saiu impressionada com o retrato da periferia paulista apresentado pelos realizadores. O filme é a segunda produção assinada por brasileiros - "Ensaio sobre a cegueira", de Fernando Meirelles, que abriu a mostra, na quarta-feira, foi a primeira - na disputa pela Palma de Ouro em 2008. Ao fim da projeção, a platéia, composta de cerca de 2,3 mil jornalistas de diferentes nacionalidades, elogiava, em especial, o desempenho do elenco, cujo rosto mais conhecido é o de Vinicius de Oliveira, o òrfão de "Central do Brasil". A trama acompanha o cotidiano de quatro irmãos: o aspirante a jogador de futebol Dario (vivido por Oliveira); o motoboy Dênis (João Baldessarini, a grande revelação do longa); o evangélico Duinho (José Geraldo Rodrigues), que trabalha em um posto de gasolina; e o pequeno Reginaldo (Kaíque de Jesus Santos), uma criança obcecada pelo desejo de encontrar o pai, uma figura que ele nunca conheceu. Esse quarteto convive com as angústias de sua mãe, a empregada doméstica Cleuza (Sandra Corveloni), que está grávida de um quinto filho. - "Linha de passe" parte de uma família disfuncional na busca do que poderia ser chamado de uma 'frátria' - disse Salles, referindo-se à reflexão sobre fraternidade no longa. - Narramos aqui histórias que se trançam. Embora Salles e Daniela, que já assinaram juntos "Terra estrangeira" (1995) e "O primeiro dia" (1999) sejam cariocas, São Paulo se mostrou o cenário ideal para a crônica social que "Linha de passe" pretendia - e conseguiu, com êxito - levar às telas.
Fonte: G.O.L
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