O adolescente Iago Júnior Ferreira dos Santos, de 17 anos, foi morto na madrugada de quarta-feira (21), vítima de disparos de arma de fogo. Ele foi alvejado em um sofá na cozinha de sua própria casa, no Jardim Cidade Alta, em Cianorte. Segundo a mãe, a dona de casa Maura Ferreira dos Santos, 43, que presenciou o crime, o assassino que invadiu sua casa sabia o que estava fazendo.
"Estão dizendo que foi engano, mas não foi engano não. Ele atirou certeiramente e antes viu que estávamos eu e meu filho em casa", disse. "Não posso dizer qual foi o motivo, mas na segunda-feira (19) participei de uma audiência no Fórum onde pedi que meu filho fosse internado. Ele estava sofrendo ameaças, mas não consegui convencer a justiça", disse a mãe.
Segundo ela a ação durou cerca de 40 minutos, momentos de verdadeira agonia na residência, localizada na rua Pelicano, Jardim Cidade Alta. Depois dos disparos a mãe acionou o Corpo de Bombeiros, mas Iago não resistiu aos ferimentos e morreu ainda em casa.
"Por volta das 2h da manhã ouvi o trinco (da porta) mexendo. Levantei, fui até a cozinha e acendi uma luz. Uma pessoa do lado de fora pediu que eu abrisse a porta, e respondi que estava procurando a chave, mas fui ligar para a polícia. Pedi que viessem rápido porque alguém tinha pulado o muro e estava agressiva no lado de fora, inclusive achei que tinha errado de casa", contou a mãe do adolescente.
Passados cerca de 15 minutos, o agressor começou gritar ainda mais alto. "Foi quando meu filho acordou e foi se sentar no sofá da cozinha. O assassino arrebentou a porta com um chute e deu três disparos a queima roupa. Não deu pra fazer nada, só ajoelhar e pedir a Deus que ajudasse meu filho", desabafou. Quando os bombeiros chegaram, Iago já estava sem vida.
A dona de casa disse que o filho tinha problemas mentais. "Meu filho tinha muitos problemas. Ele não conseguia parar em escola, até na APAE cheguei colocar ele, mas não deu certo. Nunca parava em lugar nenhum, sempre com reclamações de comportamento. Ele era um menino bom, não consumia drogas e nem álcool, mas tinha mentalidade de criança. Era um menino de três anos, no corpo de um jovem de 17", explicou a mãe. Em novembro próximo ele completaria 18 anos.
Polícia tem suspeitas
O assassino usava capacete e blusa de motoqueiro. "Iago não se defendeu. Ele nem imaginava que aqueles disparos pudessem matá-lo. Morreu sem saber o que aconteceu, ele só olhou para mim e disse que estava doendo muito" disse, contou Maura, que tem outros dois filhos - uma professora e um jovem que se encontra detido, acusado de homicídio. Iago foi sepultado na tarde de quarta-feira, 21.
Segundo o investigador Wilson Henriques, da 51ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) de Cianorte, as investigações seguem algumas hipóteses e a principal linha não pode ser divulgada. "Nós próximos dias vamos identificar o responsável pelo crime", afirmou. Os disparos atingiram um braço, que foi transpassado, o coração, o abdome e o tórax do adolescente.
Fontes: Agências
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