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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Acusado de comandar chacina de Guaíra é preso em Rosana, Estado de São Paulo




O principal acusado de ser o mentor e executor da maior chacina da história do Paraná foi capturado no início da manhã desta quarta-feira. Jair Correia, 52 anos, foi surpreendido pela Polícia, em Rosana (SP), na divisa dos estados de São Paulo com o Paraná.
Ele estava em um barco que havia saído de Itaquiraí (MS).
De acordo com a Polícia, Correia ficou vinte dias encondido na mata fechada. As investigações indicam que o assassinato de 15 pessoas, no dia 22 de setembro, em Guaíra, na fronteira com o Paraguai, foi executado por três pessoas.
Após o crime, os autores se separaram. Correia fugiu de barco pelo Rio Paraná, para o município de Itaquiraí (MS), próximo à divisa com o Paraná. Ele ficou escondido na mata durante esse tempo todo.
“É uma região de mata fechada, mas ele tem facilidade para se locomover naquele meio”, disse o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.
A hipótese de que os autores da chacina estariam escondido no Paraguai “não se confirmou”, segundo o secretário.
O acusado, no entanto, recusou-se a descrever em quais condições sobreviveu: “Disso, eu não vou falar”. Revelou, porém, estar fugindo por ter ouvido sobre a chacina em um “radinho de pilha” e temer pela vida. “Eu fugi porque tinha medo de ser a próxima vítima”, alegou.
“Toda minha família estava sendo ameaçada”, completou o suspeito, que respondeu as questões com frases curtas, tom de voz baixo e com olhar fixo no chão.
Com cerca de 1,60 metros de altura, Correia afirmou ser “pescador profissional”. Ele confirmou ter tido envolvimento com o tráfico de drogas - já cumpriu pena por isso -, mas negou ser responsável pelo assassinatos ocorridos em Guaíra.
O secretário da Segurança Pública, no entanto, diz ter provas suficientes para incriminá-lo.
Segundo Delazari, nesta terça-feira (14) Jair tomou novamente o rio para em direção a capital de São Paulo, onde estaria sendo aguardado pela mulher e filho. Ele não teve “tempo para oferecer resistência”, adiantou Delazari, sem dar detalhes.
Depois de preso, um forte esquema de segurança foi montado para transferir Correia para Curitiba. No início da tarde, o acusado chegou ao Aeroporto Bacacheri, onde cerca de 15 policiais em três carros de Polícia o aguardavam.
O comboio seguiu com sirenes ligadas até o 1º Distrito Policial, no Centro.
“Transferimos ele para a capital, porque é onde está centralizada a inteligência da operação”, justificou Delazari.
Execuções
Na tarde de 22 de setembro, 15 pessoas foram assassinadas em um sítio no município de Guaíra, no oeste do estado. Oito pessoas ficaram feridas - algumas delas se fingiram de mortas para escapar da execução.
Uma mulher e duas crianças escaparam sem ferimentos. Entre os mortos estão duas mulheres - uma delas, menor de idade.
A chacina, a maior da história do Paraná, teria sido motivada pelo assassinato de um enteado de Jair e o desvio de uma carga de R$ 4 mil, em drogas.
De acordo com depoimentos de sobreviventes, o crime foi cometido por homens encapuzados que invadiram a favela de Vila Santa Clara, próxima ao lago de Itaipu.
Eles estavam à procura de Jocemar Marques Soares, conhecido por “Polaco”, que já cumpriu pena por tráfico de drogas e que estaria devendo R$ 4 mil para o bando, além de ter ordenado a execução de um traficante rival.
Polaco e dois filhos adolescentes foram assassinados no local. Cinco vítimas foram atraídas para o sítio e, à medida que chegavam ao galpão, eram rendidas e executadas.
A Polícia já identificou outros dois suspeitos de participação no crime: Gleison Correia, filho de Jair Correia, e Ademar Fernando Luiz. As buscas se concentrarão agora na captura dos outros autores e das armas usadas no crime.
Delazari ressalta que o crime não significa uma escalada da violência na região. Segundo o secretario, os autores estavam sob efeito de entorpecentes - tomaram altas quantidades de laranja com cachaça.
Fontes: Agências

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