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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Conheça alguns 'bons papais' do reino animal


O instinto paternal parece ser um privilégio apenas dos humanos, mas no reino animal alguns 'bons papais' chamam a atenção. Assim como os homens, alguns animais também cuidam de seus filhos dividindo, ou até tomando para si, a responsabilidade com os pequenos.
Segundo a bióloga Marta Elena Fabián, Doutora em zoologia e Diretora do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), "as espécie têm diferentes estratégias evolutivas que podem incluir o cuidado com a prole, segundo o que é mais vantajoso para cada uma". E quando existe este cuidado com os filhotes - chamado 'cuidado parental' - geralmente se dá através da mãe.
Para algumas espécies, porém, o melhor é que os dois, pai e mãe, se revezem nestes cuidados; e para outras, a forma encontrada para garantir a evolução é que o pai tome conta sozinho da cria. "Nestas casos é mais importante para a espécie que a fêmea esteja livre para reproduzir-se novamente", afirma a bióloga.
Vários machos de espécies de mamíferos e aves apresentam este comportamento de cuidado parental, zelando pela alimentação e proteção dos filhotes. Algumas aves do sexo masculino, inclusive, constroem o ninho e cuidam dos ovos na ausência da fêmea.
Estas duas classes são mesmo as campeãs em cuidados dos machos com os filhotes no reino animal, mas não as únicas.
Um dos mais curiosos papais da natureza - por exemplo - é um anfíbio, o sapo dos dedos azuis (Colostethus caeruleodactylus). Esta espécie de sapo tem um comportamento de cuidado parental tão complexo quanto o das aves ou dos mamíferos, informou o Departamento de Zoologia da UFRGS. Nesta espécie, a relação paternal envolve a presença direta do pai, que constantemente limpa o ninho, hidrata os ovos urinando sobre eles e defende o território contra predadores.
Entre 25 a 40 dias depois do nascimento dos girinos, o macho 'chama' seus filhotes para carregá-los até a água. Um a um, os pequenos vão subindo às costas do papai que os leva de uma só vez para o local onde poderão se desenvolver. O número médio de girinos sendo carregados é de 24, mas pode chegar a até 48.
Para Aline Quadros, bióloga do Departamento de Zoologia da UFRGS, outro bom exemplo é o cavalo-marinho. "É interessante porque é o macho que carrega os ovos em vez da fêmea. Ela deposita-os numa espécie de bolsa ventral que o macho carrega, onde são incubados até o nascimento dos filhotes, já completamente formados", informou.
O período de pregnância em cavalos-marinhos varia com a espécie e temperatura da água. Para a espécie brasileira H. reidi, este período se estende de 12 a 20 dias, dependendo da temperatura. No nosso clima tropical, o macho fica cerca de 12 dias carregando os filhotes.
Segundo a bióloga, existem muitos outros exemplos de "papais carinhosos" na natureza, entre eles, insetos e opiliões (animais semelhantes às aranhas), onde os machos geralmente constroem o ninho e cuidam dos filhotes. "Os machos de algumas espécies de aves ficam responsáveis por buscar comida para os filhotes e também defendem o ninho a todo custo para que nenhum predador se aproxime", lembrou.
Semelhanças com os homensMas os animais que apresentam comportamento mais parecido com o dos homens são mesmo os outros primatas.
Segundo Eduardo Ottoni, etólogo do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de São Paulo (USP), "entre os primatas, a espécie humana é a única que investe de forma extrema em instinto paternal". Porém, os saguis podem ser considerados bons pais, segundo o especialista.
Os sagüis machos fornecem geralmente tanto cuidado parental quanto as fêmeas, mais que elas em alguns casos. Esta espécie formar uma microestrutura familiar, que se constitui no casal reprodutor e suas proles. As fêmeas de sagüi normalmente têm dois filhotes a cada gestação. O macho sempre carrega um dos pequenos, enquanto a fêmea carrega o outro. Os bebês só trocam de colo na hora de mamar, afirma o etólogo.
Outros "bons papais"Pinguim - Normalmente, os pinguins machos ficam com o ovo e o aquecem enquanto a fêmea sai em busca de alimento para o filhote que está para nascer. Quando a fêmea retorna, os papéis se invertem e é a vez do papai pinguim conseguir o alimento.
Peixe-palhaço - Na época de reprodução, o macho 'arruma' uma área sobre uma rocha próxima à anêmona que o casal escolhe como 'casa'. E ali a fêmea põe seus 300 a 700 ovos, que são vigiados pelo macho até o nascimento. Além disso, na presença de predadores, os papais de peixe-palhaço cuidam dos alevinos colocando-os na boca até o perigo passar.
Cisne de pescoço preto - os machos desta espécies chamam a atenção pela dedicação com os filhotes, enquanto a mãe sai em busca de comida. "O macho fica responsável por cuidar do ninho e proteger o território nos momentos em que a fêmea sai para caçar. Além disso, o casal se reveza no transporte dos filhotes, carregando-os de um lado para o outro nas costas até que eles aprendam os primeiros passos", segundo o. biólogo Marcelo Linck, do Zoológico de Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul.
Avestruz - Os machos vivem em verdadeiros haréns, pois para cada macho há cerca de sete fêmeas. Enquanto elas botam os ovos - em média 50 por estação -, eles se encarregam de chocá-los. Tomam conta dos filhotes e cuidam da cria até a idade adulta.
Lobo-guará - Os machos são os responsáveis pela alimentação da fêmea e de todos os filhotes. Enquanto a mãe fica com os filhotes, o macho sai do ninho para caçar e trazer comida.
Pica-pau - O macho pode ficar vários anos com uma mesma fêmea. Nesse meio tempo, constróem o ninho juntos e se revezam na chocagem dos ovos. Os filhotes são muito dependentes dos pais após o nascimento e precisam que o pai busque o alimento, triture-o e o coloque em seus bicos.

Fontes: C 13 e Agências

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