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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

SC: homem dado como morto andou 5 dias atrás da família


Um pedreiro dado como morto pelos amigos durante as enchentes em Santa Catarina caminhou com uma filha de 7 anos por cinco dias em meio à região do Morro do Baú, em Ilhota, para tentar localizar a mulher e o filho.
Sidnei Adão, 31 anos, morador da comunidade do Alto do Baú, estava em outro distrito do município de Ilhota quando os alagamentos e deslizamentos de terra começaram a ocorrer, na noite de domingo, dia 23.
Toda a região ficou com os acessos comprometidos. "Fiquei ilhado, sem ter como retornar para casa e ou fazer qualquer tipo de contato com minha família", diz. "Quando fiquei sabendo que tinha gente morta e que o Alto Baú estava desmachando, juntei minha menina e fui caminhando pela mata."
A aventura de Adão durou cinco dias. Ele caminhava com a menina no colo durante o dia e conseguia abrigo para dormir nas casas que ainda estavam inteiras.
No caminho, chuva e muita lama. "Andei por aí com água até o pescoço. Os rios mudaram de lugar e a gente não sabia mais por onde passar", conta. O pedreiro descobriu que a mulher e o filho de 11 anos estavam a salvo na quarta-feira passada, quando um amigo informou que eles haviam sido resgatados por helicópteros.
Só depois de confimar a informação Adão conseguiu embarcar num helicóptero com destino a casa de sua mãe, em Blumenau. "Eu sabia que se minha mulher conseguisse sair de helicóptero iria me esperar na casa de minha mãe. Ela estava lá e foi aquela choradeira."
Nesse meio tempo, como o rapaz não foi mais visto em sua comunidade, amigos e vizinhos lamentavam a sua morte. "Como ninguém me viu mais, surgiu a história de que eu havia morrido junto com a minha filha", afirma ele. "Tinha até quem dizia que viu o meu corpo. Tive que aparecer aqui, para todos verem que estou bem."
Nesta quinta-feira, Sidnei visitou alguns amigos que perderam suas casas e permanecem abrigados em uma igreja de Ilhota, a cidade onde ocorreram mais mortes no Estado.
Muitos dos desabrigados ainda encontraram forças para brincar com a situação e o chamam de "morto-vivo". "Eu fiquei muito chateada quando soube que ele e a filha tinham morrido", diz Fernanda Bayer, moradora do Alto Baú. "Chorei muito e aí essa semana descubro que ele estava vivinho e andando por aqui."

Fontes: Agências

Um comentário:

Unknown disse...

essa historia é muito emocionante meu tio sidney adão e minha prima caroline
acreditaram muito em deus
eu fiquei muito triste quando soube
que ele tava desaparecido
mas acreditei que ele estava vivo.