Os entulhos de móveis e roupas que acabaram condenados após a enchente ocorrida na semana passada na cidade de Itajaí, norte de Santa Catarina, têm sido vasculhados por dezenas de pessoas diariamente. O material está lotando as áreas utilizadas provisoriamente pela prefeitura local para reunir o lixo retirado das ruas.Os destroços de camas, guarda-roupas, estantes, sofás e fogões formam montanhas de entulho e atraindo os catadores de lixo. De acordo com as informações da prefeitura local, a água deixou um rastro de 100 mil m³ de lixo. Todo o entulho, inclusive roupas e brinquedos perdidos na inundação, vem sendo recolhido por caminhões desde o início da semana quando parte da população conseguiu retornar para casa.
O desempregado José Donizeti Magalhães, 34 anos, havia separado parte de um móvel de cozinha e vários pedaços de madeira. Ele vasculha um lixão à procura de peças de alumínio para que possa revender, mas disse estar pensando em uma maneira de levar um sofá embora. "Tem um sofá molhado que está com a madeira boa, é só trocar o pano", disse. "Preciso arrumar alguém para levar ele embora. Já não tinha quase nada e achei algumas coisas que me servem aqui".
A prefeitura de Itajaí pretende incinerar os entulhos após a coleta para evitar que as pessoas vasculhem os depósitos. As madeiras dos móveis começaram a ser cedidas para empresas que utilizam forno a lenha. "Agora estamos pedindo que os donos de pizzarias e madeireiras retirem essa madeira daqui. Ela serve para ser usada como lenha", disse o secretário municipal de Obras, Jean Pierre Lana. "O restante do material será incinerado pela prefeitura parta evitar que as pessoas vasculhem o lixo".
O secretário estima que a sujeira em Itajaí seja suficinte para encher 20 mil caminhões. Todo o trabalho será executado por cerca de 15 veículos e deve durar pelo menos mais duas semanas. "Estamos tentando arrumar mais caminhões para limpar esse entulho dentro de dez a 15 dias", destacou.
Fontes: Agências
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