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sábado, 4 de outubro de 2008

Quatro mortos em chacina em São José dos Pinhais


Enormes manchas de sangue no chão e sobre os colchões. Marcas de violência nas paredes e corpos espalhados pela pequena casa. Ursinhos de pelúcia, retratos de pessoas alegres e um quadro com a palavra “Paz” contrastavam com a cena de terror.Quatro pessoas foram mortas com tiros na cabeça, entre elas uma criança de 11 anos, no início da madrugada de ontem, em São José dos Pinhais. Outras duas pessoas foram baleadas e internadas em estado grave. A chacina aconteceu na Rua Divonsir Luciano, no final da Rua Tavares de Lira, em uma invasão do Jardim Independência.

Era quase 1h, quando pelo menos três indivíduos invadiram a residência, derrubando o portão a pontapés. Em poucos passos, já estavam na porta de entrada e davam início à matança.
Arrebentaram a porta e se depararam com Aldair Ferreira, o “Zumbi”, 38 anos. Foi a primeira vítima, que tombou na cozinha. A partir daí, os criminosos se espalharam e balearam todos que viam pela frente.

FuzilariaNa sala, Irineu Pedroso, 20, foi atingido no rosto, mas sobreviveu. A barbárie continuou em um dos quartos, onde Bernadete Rocio de Oliveira, 39, a “Cissa”, dormia com os filhos Adriano de Oliveira, 15, e Aline de Oliveira, 11.
A mãe ficou ferida, porém, as crianças, atingidas na cabeça, morreram na hora. A última vítima foi Daiane Guedes de Souza, 15, que dormia no quarto ao lado. Também foi executada com tiro na cabeça.Finalizada a chacina, os marginais deixaram o local em um veículo que, segundo a vizinhança, parecia ser um Uno. Irineu e Bernadete foram socorridos pelos Siate.
Ele foi internado no Hospital Cajuru, enquanto a mulher foi para o Hospital de São José dos Pinhais. A criminalística constatou que foram utilizadas duas pistolas, calibres ponto 40 e 380, e um revólver calibre 38. Segundo banho de sangue em 17 dias



Aline tinha só 11 anos.
Em menos de um mês, esta foi a segunda chacina ocorrida em São José dos Pinhais. Na noite de 16 de setembro, quatro pessoas foram assassinadas no Jardim Alvorada, no bairro Guatupê. Márcio de Oliveira, 22 anos, Ademir Cortes da Cruz, 17, Miriam Cristina, 16 (grávida de 3 meses), e Débora Beira Lourenço, 19, foram executados a tiros em uma residência na Rua Crepúsculo.
O único sobrevivente foi Júlio César Dranka, 22 anos, que levou um tiro no pescoço. Mesmo com uma testemunha viva, até o momento, nenhum suspeito foi preso nem o caso foi esclarecido.Naquela noite de terça-feira, as vítimas estavam reunidas quando a casa foi invadida às 19h50 e cinco pessoas foram baleadas. Os vizinhos só ouviram os estampidos.
No dia seguinte, a polícia divulgou que dois homens pularam o muro da residência, arrebentaram a porta e foram até o quarto onde estavam as cinco pessoas, consumindo drogas e ingerindo bebidas alcóolicas. Também foi apurado que três semanas antes, Ademir tinha sido ameaçado por um traficante do Guatupê. Porém, duas semanas depois, ainda não se apurou quem seriam os matadores.
Motivo provável: tráfico
Logo depois do crime, a polícia começou a investigação. Porém, moradores locais passaram poucas informações e não souberam dizer quem ou quantos eram os matadores. “Vamos levantar o histórico das vítimas, suas amizades e relacionamentos”, disse o delegado de São José dos Pinhais, Osmar Dechiche.De acordo com a polícia, é provável que o crime esteja relacionado ao tráfico de drogas. Um pequeno tablete de maconha foi apreendido na residência. “Ainda é muito cedo para afirmar alguma coisa. Não desprezamos nenhuma linha de investigação”, afirmou. A suspeita é de que os matadores estivessem atrás de Aldair, o “Zumbi”. Ele já havia sido preso por assalto, em 2006, e estava em liberdade provisória. Há 15 dias, ele foi morar na casa, mas ninguém soube informar de onde ele veio e qual sua relação com Bernadete, responsável pela residência.
A polícia acredita que os criminosos tenham atirado nos outros moradores, inclusive nas crianças, para evitar que fossem reconhecidos. “É uma ‘técnica’ usada nas chacinas”, lembrou o delegado. Conhecidos comentaram que ninguém na casa estava envolvido com drogas, com exceção de Aldair, que era desconhecido.CasaBernadete e os dois filhos se mudaram para o Jardim Independência há três meses. Eles moravam no Jardim Fênix, também em São José dos Pinhais. Há cerca de 15 dias, Daiane foi morar na casa, junto com o amásio, Irineu.
Daiane teria brigado com a mãe, que também mora na invasão. “Ela estava estudando e era aconselhada pelos amigos a ficar em casa, mas não quis”, contou a irmã da garota.
Fontes: Agências

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